quinta-feira, 10 de agosto de 2017

A Noite Acabou



Faziam-se 6 meses que a gente havia terminado o relacionamento. - Eu fiquei tão mal, que eu saí do trabalho que você arrumou pra mim na TV e, voltei para cá pra ter mais privacidade. - Eu sei, São Paulo, não tem paparazzi e jornalistas falando mal de outros, é meio antiético.

Então, há 2 dias atrás, soube que a Viviane se matou, pois, tinha sido estuprada no colégio e nunca tinha falado isso pra ninguém.

Lembrei-me das nossa amizade e, como a gente era entrosado. - Mas depois, ela ficou sem falar comigo e me xingou na rede social, você lembra daquele dia? - Mas mesmo assim, eu tinha comprado tudo para botar fogo naquele colégio. - Minha mãe, não sabia. - Mas sabia que eu estava perturbado:

- Marcela, ele precisa da sua ajuda! Ele tá muito perturbado.

- Eu não tenho mais nada a ver com o seu filho. Ele desconfiou do amor que eu tinha por ele e, quis me largar. Se sentia inferior a mim de alguma forma. Eu não consegui lidar com ele!

- Corre, enquanto, ele ainda está dormindo. Estou sentindo que ele vai fazer uma besteira.

- Vai se matar?! Isso, ele promete desde quando eu o conheci. E nunca faz.

- Não sei. Só sei, que encontrei umas bombas e uns papéis higiênicos no seu quarto!

- Eita! Tá de carro?

- Sim!

Você chegou de manhã e ainda, estava dormindo. - Estava tudo preparado tudo para a noite. E você, estava passando na televisão. - Você foi embora, mas ainda, me fazia dormir bem, como antes:

- Own... Acorde, moço! Vamos, acorde!

- O que você tá fazendo aqui?! Não era pra você estar aqui! Você me mandou embora há 6 meses, lembra?

- Não aguentava mais suas paranoias para comigo! Você acha que eu sou muito pra você, só pelo fato de eu morar longe! Mas você, morava comigo! Não entendo.

- Não grita. Acabei de acordar, ô!

- Antigamente, eu era sua asa morena...

- Antigamente, é pretérito-imperfeito. Faz parte do passado.

- Posso ir ao teu quarto?

- Pode... O que você quer lá?

Eu estava sob-efeito do neopromazina e não estava raciocinando direito. - Por isso, deixei você ir lá no quarto:

- O que é isso?! Fala, Vinicius! O que é isso?!

- Bombas... Como você está vendo.

- Eu sei, que são bombas!

- Então, por quê perguntou?

- Eu quero saber, porque você está com essas bombas.

- A Viviane morreu, tá?

- Aquela menina que veio aqui e te xingou?!

- Ela mesma. Eu ia explodir aquele colégio de milico do caralho!

- Você tá doido, menino?!

- Tô... Eu não tô bem, Marcela. Me sinto estranho, novamente! Só quero dormir.

- Deixa eu ver teus braços. Deixa...

Você puxou a manga da minha blusa e viu além de cortes, fagulhas de fogo. - Você não disse nada, só deitou do meu lado e me beijou a testa:

- Você não foi trabalhar?

- Não. Esse programa é gravado.

- Você não foi trabalhar por minha causa?

- Vamos dizer, que eu quero que você volte. Você quer?

- Eu queria, mas sou pouco pra você. Você merece mais...

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