quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Carinho


Meu corpo seguiu quente;

Mesmo eu te obrigando a bater a porta e sair;

Não para de chover.

Angústia existencial, diz-me que estou livre pra voar;

Mas mesmo assim, não devo esquecer que estou...

Entre a lombra e o obstaculo da diversidade;

E por isso, tenho que tomar cuidado onde piso.

Tive medo das espinhas, mas precisei relaxar.

Preciso de um corpo sobre o meu;

Uma respiração ofegante no meu ouvido;

Alguém que me ouça e me respeite;

Que esteja comigo nos lugares mais escuros;

Pra me fazer clarear.

E você, não é esse alguém.

Muito tive de aprender;

Que eu não aprendi a ser barco, com você.

Mas aprendi ser marinheiro;

Naquele mar turbulento;

Da praia de Santos.

Sai daqui! - Não quero mais!

Não passe pela porta, que um dia você entrou!

Não volte ao lugar onde te conheci!

Quero te esquecer, pra não sofrer futuramente!

Vou mudar de calçada se te encontrar.

Não quero mais ouvir tua voz,

Não quero mais chorar por uma ilusão!

Solidão, eu sei lidar. - Preconceito, idem!

Te esquecer foi devolução;

Você vai sentir falta do meu amor exacerbado!

Mas não vou estar mais aqui pra lhe ajudar;

Mesmo que eu queira te ajudar. - Não vou...

Sexo é apenas uma atitude;

Você vai sentir falta de amor.

Mesmo que garoe dentro de mim;

E sinta falta de abrigo e de peitos;

Prefiro viver sem você;

Do que esperar o dia que você irá voltar.

E agora, que estou ferido, mas feliz...

É capaz de você voltar, pra tentar reconstruir.

Mas você não vai conseguir.

Você vai apenas vai desmoronar;

O castelo que estou tentando construir.

Sem você, eu reconstruo a cada dia.

E sem você, posso ter ganas de um amor sincero.

Um rolê brisado pela Paulista;

Holofotes, vindo em meus olhos...

Não me cegam, como te ver como sempre te via.

Aqui pode ser o teu lugar...

Mas não sou obrigado a seguir um destino escrito.

Posso muito bem, construir uma nova história.

Só jogar fora os papéis que tem seu telefone;

E ser forte para deixar alguém entrar no teu lugar.

Se fui barco, com você. - Esse barco afundou.

Se fui livre, com você. - Você não me soltou.

A princesa nunca esteve aqui;

Mas não perdi meu castelo;

Bato pedra;

Por pedra;

Ponho cal, cimento...

E faço uma fachada de grafiato no quarto.

Pronto. - Posso morar tranquilamente;

E trazer outra menina pra cá.

E criar um novo mundo;

Onde serei liberto;

Da ditadura,

De seus olhos.

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