Você disse uma certa vez, que queria me ajudar, mas não podia. - E que iria chamar sua patroa para ver o que eu tinha. - E que você, era só uma subordinada que cumpria ordens.
Compreendi e continuei te olhando com um olhar doce e delicado de quem quer ajuda. - E fui para o meu lugar, quietinho.
O peso da idade está chegando e o peso do mundo está todo em minhas costas. - Elas ainda doem e ficam tensas, só de lembrar de um passado torpe e sujo. - E dessas coisas, incluem até momentos que eu não vivi e, não vi.
A ansiedade não mata ninguém, mas a falta de liberdade mata muita gente.
Mas tenho de aprender, que a liberdade é boa, mas não quando essa liberdade se torna constante. - É clichê e pode parecer careta o que vou dizer agora, mas tudo em excesso faz mal.
Você pode falar da tortura dos militares, da censura... - Apenas, uma vez!
Mas quando falar disso torna-se uma constante, faz mal para nosso coração, a ansiedade ataca mais ainda e os números de cigarros aumentam, tragicamente.
Você pode postar uma foto fumando maconha ou, falar sobre a legalização dela... - Apenas, uma vez!
Quando isso se torna uma constante, ninguém te chama mais para sair.
Os bichinhos ainda podem te picar, seus olhos podem estar com muito sangue e suas mãos podem seguir frias. - Mas você, precisa ficar calmo. - Ficar nervoso com algo que você não pode mudar, é inútil.
A única coisa que me acalma lembrar, é do teu cabelo negro balançando de um lado a outro, o teu jeito duro de andar, sua voz doce e até seu batom rosa.
Porém, ficar nervoso com o passado, é como se eu estivesse no seu lugar. - Queria fazer algo, mas não posso, sou apenas um subordinado.
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